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Fratura Osteoporótica da Coluna Vertebral

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Fratura osteoporóticas

O Que é?

A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e deterioração da arquitetura óssea. Estas alterações resultam em menor resistência óssea e aumento de risco de fraturas.

O risco de osteoporose está associado a múltiplos factores: idade, deficiência de cálcio e/ou vitamina D3, alterações hormonais, consumo de álcool e tabaco, certas doenças associadas e medicações.

Habitualmente a osteoporose evolui de forma silenciosa ao longo de muitos anos, sem sintomas ou desconforto até que um osso se frature.

A osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas no Mundo sendo cada mais prevalente com o avançar da idade: cerca de 1 em cada 10 mulheres com 60 anos, cerca de 1 em cada 5 com 70 anos, cerca de 2 em cada 5 com 80 anos e cerca de 2 em cada 3 das com 90 anos.

Em Portugal num estudo no período de 2011-2013 estima-se uma prevalência de osteoporose na população de mais de 18 anos de 10,2% (17% nas mulheres e 2,6% nos homens).

As fraturas osteoporóticas mais comuns são as fraturas vertebrais, com uma prevalência de 10 a 24%. São quase duas vezes mais comuns que outras fraturas normalmente ligadas à osteoporose, como fraturas do colo do fémur e as fraturas do punho.

A ocorrência de uma fratura osteoporótica vertebral representa um risco de uma nova fratura vertebral 5 vezes superior e um risco 2 a 3 vezes superior de fraturas osteoporóticas em outros locais.

As fraturas vertebrais em doentes osteoporóticos ocorrem, com maior frequência, na região dorsal baixa e na região lombar e caracterizam-se pelo colapso do corpo vertebral que adquire a forma de uma cunha, com perda da altura da sua parte anterior.

Habitualmente, estas fraturas são provocadas por quedas, mas também podem estar associadas a pequenos esforços físicos ou movimentos bruscos de flexão anterior ou rotação lateral do tronco.

Na maioria dos casos, na fase aguda, estas fraturas não estão associadas a compromisso neurológico. São exceção os casos em que a existência simultânea de graves alterações degenerativas pode condicionar o aparecimento de compressão radicular e de ciatalgia.

Nas situações crónicas, o agravamento da deformidade em cunha do corpo vertebral pode provocar uma acentuada cifose regional e a existência de compromisso medular ou radicular.

Fratura osteoporóticas
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Fratura osteoporóticas

Sintomas e Diagnóstico

As fraturas osteoporóticas da coluna vertebral são muitas vezes assintomáticas (66%) manifestando-se essencialmente por uma perda da altura e por uma atitude cifótica (“corcunda”) causada pela compressão vertebral e é mais evidente quando existem múltiplas fraturas.

Quando sintomática , uma fratura de compressão vertebral causa geralmente dor nas costas localizada na região da vértebra fraturada.

A dor geralmente piora com o movimento, principalmente na mudança de posição. Muitas vezes, é aliviado pelo descanso ou pelo repouso deitado. Tossir e espirrar também podem aumentar a dor. Embora a dor possa irradiar para outras regiões do corpo (por exemplo, no abdómen ou nas pernas), é pouco frequente.

O diagnóstico é realizado através de estudo imagiológico com Rx e normalmente complementado por TAC dorsal/lombar para melhor caracterização de fratura e compressão de estruturas neurológicas.

A ressonância magnética nuclear (RMN) também pode ser um exame importante para caracterização da fratura, avaliação das estruturas neurológicas bem como para exclusão de lesões patológicas da coluna.

Tratamento Não Cirúrgico

Felizmente, a maioria das pessoas que sofre de uma fratura por compressão vertebral melhora em 3 meses sem tratamento específico para reparar a fratura. Medidas simples, como um curto período de descanso e uso limitado de analgésicos, geralmente são tudo o que é necessário. Em alguns casos, os pacientes usam lombostato / toracolombostato para controlo de dor e para restringir o movimento e assim permitir que a fratura consolide.

Após o diagnóstico de fratura osteoporótica da coluna existe um risco aumentado de outras fraturas – novas fracturas vertebrais por compressão, fratura do colo do fémur, úmero proximal e fratura do punho.  Por este motivo também é importante iniciar nesta fase o tratamento médico da osteoporose.

Tratamento Cirúrgico

Se a dor for muito intensa que não responde ao tratamento não cirúrgico ou se verificar um agravamento na deformidade da vertebra, a cirurgia pode ser considerada.

No passado, as únicas opções cirúrgicas disponíveis para pacientes com fraturas por compressão vertebral envolviam procedimentos extensos. Hoje, os procedimentos de aumento vertebral oferecem uma alternativa minimamente invasiva.

Os dois métodos mais comuns de aumento vertebral são cifoplastia e vertebroplastia. Os melhores candidatos para esses procedimentos são pacientes que sofrem dor intensa por fraturas vertebrais recentes por compressão.

  • Cifoplastia – Na cifoplastia, uma agulha especial é colocada na vértebra fraturada usando apoio de um raio-x. Um pequeno dispositivo chamado balão é então inserido através da agulha e na vértebra fraturada. O balão é insuflado dentro da vértebra, o que melhora a altura e a forma do corpo vertebral. Quando o balão é removido, ele deixa uma cavidade preenchida com um cimento ósseo especial que fortalece a vértebra.

Este procedimento pode ser realizado sobre anestesia geral ou anestesia local e sedação.

Após a cirurgia, os pacientes podem retornar a todas as suas atividades normais da vida diária o mais rápido possível, sem restrições.

 

  • Vertebroplastia – A vertebroplastia é uma técnica semelhante à cifoplastia, mas não é utilizado um balão para criar um espaço para o cimento. Em vez disso, o cimento é injetado diretamente na vértebra fraturada.

Este procedimento pode ser realizado sobre anestesia geral ou anestesia local e sedação.

Após esta cirurgia, os pacientes são encorajados a retornar às suas atividades normais do dia-a-dia o mais rápido possível.

Apesar destes procedimentos minimamente invasiva serem os preferenciais para o tratamento das fraturas osteoporóticas da coluna vertebral, em alguns casos de fraturas mais complexas pode ser necessário utilizar métodos de fixação vertebral com parafusos pedicular e sistema de barras associados à cimentação.