Deformidade da coluna no Adulto – Escoliose no Adulto
O Que é?
A deformidade da coluna vertebral do adulto é definida como um desvio no alinhamento das vértebras de mais de 10 graus quando vista de frente ou uma perda da curvatura normal quando vista de lado. Esta doença pode ter um grande impacto na qualidade de vida.
Os sintomas podem incluir dor significativa e função reduzida. A deformidade da coluna vertebral adulta refere-se a um grupo de condições em que a coluna vertebral se curva anormalmente para a direita ou para a esquerda.
Na maioria dos casos acontece também uma postura de flexão para a frente e verifica-se aumento da curvatura da parte superior das costas.
Os pacientes que procuram atendimento médico para deformidades da coluna vertebral adulta geralmente enquadram-se em uma das seguintes cinco categorias:
- Pacientes que desenvolveram uma curvatura da coluna vertebral na infância ou adolescência que progrediu ou se tornou mais sintomática na idade adulta.
- Pacientes que desenvolveram deformidades de novo (novas) resultantes de lesão ou doença degenerativa dos discos intervertebrais ou das facetas (espondilose lombar). As deformidades relacionadas a lesões podem ocorrer a qualquer momento, enquanto que as relacionadas com espondilose desenvolvem-se mais tarde na idade adulta e progridem com a idade.
- Pacientes que apresentam baixa qualidade óssea e osteoporose, o que leva ao colapso das vértebras e consequente deformidade da coluna.
- Pacientes que apresentam um problema focal específico, como um disco intervertebral desgastado ou espondilolistese (Inserir link), uma condição na qual a vértebra afetada desliza para a frente em relação à vértebra abaixo dela, e ambas podem causar uma “cascata” de alterações de desgaste e deformidade da coluna.
- Pacientes que realizaram cirurgia de coluna no passado e, devido ao desgaste contínuo ou acelerado (ou às vezes devido à posição de um procedimento de fusão anterior), desenvolvem deformidades na coluna vertebral.
As deformidades da coluna vertebral do adulto são relativamente frequentes, sendo que metade de todos os indivíduos com mais de 60 anos têm algum nível de deformidade de coluna.
À medida que a população envelhece, o número de pessoas com deformidades da coluna vai aumentando. Na maioria dos casos estas alterações no alinhamento da coluna são pequenas e não levam a uma incapacidade significativa. Porém, em alguns casos as deformidades da coluna vertebral tornam-se condições crónicas e progressivas e têm um impacto significativo na qualidade de vida e na função.
Diagnóstico
Os sinais e sintomas na deformidade da coluna vertebral são variados, desde dor de coluna, dificuldade em manter-se de pé (até por breves períodos), défice postural, dificuldade em caminhar e falta de força dos membros inferiores. Habitualmente são sintomas progressivos e cada vez mais incapacitantes.
Para o diagnóstico é importante um histórico clínico detalhado do paciente e realizar um exame físico completo. Várias técnicas de imagem podem ser precisas, incluindo raios-X, ressonância magnética e tomografia computadorizada, para visualizar completamente as múltiplas estruturas que podem estar envolvidas com a deformidade. Também é cada vez mais fundamental o uso de ferramentas de avaliação de imagem para avaliar grau de deformidade e necessidades de correção.
Tratamento
O tratamento da deformidade de coluna começa habitualmente por medidas conservadores para controlo de dor através de medicação, reabilitação muscular e postural e por vezes, técnicas mini-invasivas de controlo de dor.
Em deformidades mais severas e com compromisso de estruturas nervosas deve ser equacionado o tratamento cirúrgico. Os objetivos do tratamento cirúrgico da deformidade da coluna vertebral do adulto são o alívio da dor e a melhoria da função. Dependendo da natureza da deformidade, o cirurgião pode usar uma variedade de técnicas para alinhar a coluna recorrendo conforme necessário a instrumentação e / ou fusão segmentar da coluna procurando em primeiro lugar um bom equilíbrio e balanço de toda a coluna e por outro, mantendo o mais possível a mobilidade da coluna.
Além da tecnologia que permitiu uma melhor compreensão da deformidade da coluna e do planeamento pré-operatório, vários desenvolvimentos contribuíram para uma melhoria dos resultados da cirurgia de coluna, incluindo:
- Novas maneiras de estabilizar a coluna com parafusos e cabos especializados, e maneiras de promover a fusão
- Técnicas que minimizam a perda de sangue durante a cirurgia.
- Avanços na anestesia que permitem recuperação mais rápida e mobilização precoce.
- Avanços na monitorização, em tempo real, e durante a cirurgia, da função da medula e dos nervos para os membros, que permitem segurança nos gestos cirúrgicos,
- Melhor controle da dor após a cirurgia.
Como em qualquer cirurgia ortopédica, ao determinar a elegibilidade do paciente para procedimentos para corrigir a deformidade da coluna vertebral adulta, a idade e as co-morbilidades (doenças pré-existentes) do paciente são levados em consideração. O nível de robustez de um paciente – que não está necessariamente associado à idade – pode ser o fator mais importante. Um índice de fragilidade, que avalia a reserva fisiológica de um paciente e a capacidade de suportar a cirurgia e os desafios da recuperação, pode ser um preditor significativo do tempo de permanência do paciente no hospital, possíveis complicações e prognóstico.