Escoliose Idiopática do Adolescente
O Que é?
Escoliose é o termo utilizado para descrever um desvio no plano coronal/frontal (desvio lateral) em relação ao centro de gravidade ou posição natural da coluna.
A escoliose idiopática é a forma mais comum e pode ser vista em 2 a 4% das crianças entre as idades de 10 e 16 anos. Meninas e meninos são igualmente afetados, porém a probabilidade de evoluir com necessidade de tratamento é 10 vezes maior nas meninas.
Fatores genéticos contribuem com cerca de um terço do risco de desenvolvimento da doença. Mutações nos genes CHD7 e MATN1 foram implicadas em alguns casos.
A escoliose idiopática é classificada em escoliose infantil (0-3 anos), escoliose juvenil (4-11 anos), escoliose adolescente (11-18 anos) e escoliose adulta (acima de 18 anos).
Sinais e Sintomas
A primeira suspeita de escoliose pode ser a visão de um ombro mais elevado do que o outro ou quando as roupas não se alinham corretamente, porém é mais frequentemente detectada durante exame físico de rotina.
Outros achados incluem discrepância aparente do comprimento das pernas e assimetria da parede torácica. Os pacientes podem, inicialmente, relatar cansaço na região lombar após ficarem sentados ou de pé por tempo prolongado. Dores musculares nas costas em áreas de tensão (p. ex., no ângulo lombossacral) também podem manifestar-se.
Diagnóstico
A curva é mais pronunciada quando os pacientes se curvam para a frente. A maioria das curvas é convexa para a direita na região torácica e para a esquerda na região lombar, de modo que o ombro direito fica mais elevado que o esquerdo. Exames radiográficos devem incluir incidências anteroposterior e lateral da coluna.
As curvas na coluna que têm maior angulação associam-se a maior impacto na qualidade de vida. Curvas maiores podem dar mais dores, mais deformidade estética e, em casos graves, podem até afectar o normal funcionamento cardiopulomonar.
As curvaturas da coluna podem aumentar ao longo do tempo, em especial quando a criança ou o adolescente está num pico de crescimento.
A maioria das curvas tem tendência a estabilizar quando o indivíduo para de crescer.
Quanto maior a curva, maior é a probabilidade de progressão após a maturação esquelética. Curvas com mais de 10° são consideradas significativas.
O prognóstico depende do local e da gravidade da curva, além da idade de início dos sintomas. Intervenções significativas são necessárias em menos de 10% dos pacientes.
Dependendo do ângulo da curvatura que a coluna apresentar, associada à idade e à sua progressão no tempo, pode necessitar de tratamento específico.
Assim de uma forma geral e simplificada, as curvaturas inferiores a 20 graus, geralmente é realizado um tratamento postural para manter os músculos o mais tonificados possível e tentar retardar a evolução da curva de crescimento.
Se a curva estiver entre 20 e 40 graus, poderá ser equacionado o uso de ortótese toraco-lombar – um colete adaptado e individualizado ao doente.
A cirurgia corretiva para escoliose é geralmente recomendada em curvas superiores a 40-45 graus que geralmente causam deformidades importantes ou dores significativas.