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Espondilolise

hernia discal cervical (1)
hernia discal cervical (4)

O Que é?

A espondilolise é uma fratura da coluna vertebral de uma estrutura óssea chamada pars interarticularis, que conecta as facetas articulares da coluna vertebral. O canal medular é protegido por anéis ósseos que compõem a porção média e posterior da coluna vertebral. Em cada um desses anéis, a pars interarticularis (ou simplesmente “pars” para abreviar) conecta outros componentes do anel, conhecidos como pedículo e lâmina.

A espondilolise (às vezes chamada pelo nome abreviado “fratura da pars”) geralmente ocorre durante a infância ou a adolescência devido ao stress repetitivo, e não a uma lesão aguda. Por outras palavras, geralmente é uma fratura por stress (resulta de esforços repetidos sobre uma zona frágil do osso) e não uma fratura súbita. É uma patologia comum em crianças e adolescentes praticantes de desportos mais intensos ou com movimentos amplos de extensão da coluna. Crianças e adolescentes ativos com espondilolise podem apresentar sintomas. No entanto, alguns jovens com esta patologia podem não desenvolver sintomas até mais tarde na idade adulta.

A espondilolise ocorre mais frequente na região lombar e na vértebra lombar mais baixa (L5). Nos atletas, este tipo de lesão pode ocorrer quando as costas são dobradas para trás (hiperextensão) repetidamente, em atividades como ginástica, karaté, voleibol, andebol e futebol.

A vértebra responde inicialmente ao aumento do stress mecânico com um  aumento da atividade celular na zona mais sensível do osso. Este aumento da atividade, na tentativa de reparar a zona frágil, pode associar-se a alterações radiográficas locais. No entanto, uma lesão pode ocorrer muito rapidamente para a vértebra ser reparada, e isso leva a uma fratura da pars. A fratura pode afetar apenas um lado, mas frequentemente  afeta os dois lados da vértebra. Quando ocorrem fraturas nos dois lados, é possível que uma vértebra se mova para frente ou para trás sobre a vértebra vizinha; isso é chamado de espondilolistese.

Sintomas de Espondilolise

Os pacientes com uma fratura de pars podem sentir dor e rigidez na região lombar, piorando com a atividade e melhorando com o repouso. A hiperextensão (alongamento anormal) da região lombar geralmente agrava a dor, pois sobrecarrega a fratura da pars.

Ocasionalmente, podem estar presentes sintomas nervosos por compressão dos nervos que saem do canal vertebral no nível da espondilolise. Estes sintomas podem incluir uma sensação de “alfinetes e agulhas” na perna e/ ou pé, com ou sem dormência ou fraqueza na perna e/ou pé.

Diagnóstico de Espondilolise

A avaliação na suspeita de uma Espondilolise lombar baseia-se na história clínica do paciente e no exame físico, seguido de Raios-X específicos, que podem detetar fraturas da pars.

O estudo é complementado com uma tomografia computadorizada (TAC) para avaliar um defeito de pars enquanto que a ressonância magnética (RMN) pode ser útil para avaliar o tecido e a condição circundantes do disco.

Nos casos em que o estudo por TAC e RMN é negativo e a suspeita é elevada de fratura da pars a cintigrafia óssea pode ser usada para detetar precocemente uma fratura por stress da pars. Isso envolve a injeção de “marcadores” químicos na corrente sanguínea. Os marcadores aparecem em raios-X especiais da coluna. Os marcadores reúnem-se em áreas com maior metabolismo ou atividade celular no tecido ósseo, como seria observado em áreas de fratura por stress da pars interarticularis.

TAC Lombar e Rx Lombar : Lise Ístmica L5-S1

Tratamento de espondilolise

O tratamento da fratura da pars é inicialmente não cirúrgico e inclui repouso e uma ortótese para reduzir a mobilidade da coluna. A fratura pode ser avaliada com uma série de raios-X durante alguns meses.

A imobilização deve manter-se por 3 a 4 meses enquanto a fratura consolida.A fisioterapia (com exercícios direcionados específicos) também pode ser incluída no tratamento, para manter e ajudar a fortalecer os músculos abdominais e das costas.

Se o paciente tiver dor persistente após tratamento não cirúrgico, poderá ser necessária cirurgia.

Existem múltiplas técnicas cirúrgicas que podem ser utilizadas e que devem ser ponderadas pelo cirurgião e discutidas com o paciente.

Geralmente a reabilitação começa seis semanas após a cirurgia e o paciente deve esperar que a recuperação total demore cerca de seis a nove meses.